POEMA BÊBADO

POEMA BÊBADO

Embriaguei-me de sentimentos

Nada mais que um copo de vinho

Tumefacto rosto, desprendimento.

Escapam palavras e vem o desalinho

Estonteante evolução de fantasias

O teto gira, alvo sem mira.

Cenas proibidas, mãos sem cadencias.

Sombras na parede, o ventilador suspira.

Labaredas nas cortinas de cetim

Vermelho matiz da sedução

Sobem faíscas em ti e em mim

Inebriados e atrevidos pela sensação

Forjamos o poema bêbado sem fim

Que nos deixa livres para a perdição.