ANDARILHOS
A claridade da lua
Banha a noite solitária...
Profundo silêncio!
Sentada à beira do rio
Cerro as pálpebras...
Um som confuso e longínquo
Aproxima-se lentamente...
Um tropel familiar!
Batidas de corações...
Suave melodia de amor
Com soluços de liberdade.
O som se aproxima...
São os ciganos chegando
Alegres, sorrindo e cantando!
E as tropas vão agitando
O remanso da noite enluarada.
O bosque, agora, em festa,
Estremece, move-se,
Dá passagem aos filhos do vento.
A lua movida de paixão
Banha a estrada solitária,
Etérea, límpida e alva...
A caravana andarilha segue
E o silêncio desce outra vez.
Sentada à beira do rio
Abro os olhos,
E lá está meu amor cigano
—Filho do Vento— a me esperar.