Me julgue, me odeie, mas te amo a cada dia...

Penso em você

Os olhos cheios d'água

como queria poder

não sentir dor e mágoa

Mas me dilacera o coração

Sua ausência, seu silêncio comigo...

A mim, seu eterno não

Não ter o amor, e perder o amigo

Duplo sofrimento

Cujas razões nem mesmo sei

Insone, novamente, me atormento

A pensar onde errei...

Não matei, não menti, não roubei

Alegrei-me por vê-lo mais solto

Ainda de um jeito estranho, como falei

Assustei-me com seu jeito revolto

A despejar culpas que nunca tive

E julgar-me de modo tão duro

A aspereza de suas palavras ainda vive

A ferir meu coração imaturo.

Nem mesmo compreendo como posso amar

De um jeito tão doce e delicado

Alguém incapaz de perdoar

Com ares de perfeição adonado...

Que sua espada de zelo e justiça afiada

Não venha cair da sua própria mão

Ferindo, de morte, quando enterrada

A julgar seu próprio coração...

Segue seu destino, me culpando e julgando

Diga que me odeia, me ignore, se cale

Pois seguirei, por mais que o mundo fale

E sigo sempre, sempre, te amando.