Maio (Obviamente)

Em que maio estavas tu

quando tinha vinte anos

e um coração

a levantar cidades

em busca de ti

ao sabor dos desenganos

Em que maio estavas tu

quando a memória me disse

que te avistara

numa rua de esperança

a nascer no poente

e o sabor do silêncio

a morrer a nascente

Em que maio estavas tu

quando o zeca lhe chamou maduro

e te pôs na boca um sol de abril

enquanto crescias

com cantigas de amor

sempre à volta dos teus dias

Em que maio estavas tu

quando os beijos se perderam

no meio da tempestade

onde tudo aconteceu

e os olhos se beberam

e uma lua se acendeu

lucianobarata
Enviado por lucianobarata em 01/08/2008
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