Homenagem ao Dia dos Pais II
IDENTIFICAÇÃO
Eu o procurei Pai,
Por todos os lados e não o vi!
Até parece que você não existiu,
Ninguém mais se lembra de você.
O que importa Pai,
Se a morte rastejando destruiu
O resto que você era?
Se na lembrança de todos aqueles
Que eram ligados a você
Não existe mais nenhum naco da tua pessoa?
Somos iguais Pai,
Pobres do que somos,
Inútil aquilo que temos.
Sim, de que adiantaria construir alguma coisa,
Se nada depois deixará recordação.
Já cansei da solidão
Dessa louca sensação de estar sozinha,
Num mundo imenso impregnado do algo que não encontro!
Já andei por tantos lados Pai...
E senti o que talvez o senhor sentisse:
“Essa ânsia louca de imensidão,
“Este desejo imenso de destruição”!
Por que Pai,
Ninguém me olha, ninguém me vê?
E esse reconhecimento do meu ser só
Traz-me alucinada a vontade de morrer!
Morrer!
Onde você está lá se acabaram o emaranhamento
Das suas sensações, do seu sofrer.
Da debalde procura de você.
Do seu descontentamento!
Pois é Pai,
Você não tinha ninguém
Assim como eu procurou
Tantas coisas e nada encontrou!