Penumbra

Tua penumbra entrou no meu quarto me levando no balanço ao céu,

Teu lado índio me deu a mão no escuro,

Confiante segui como a prece ao santo,

Totem, xamã, símbolo sagrado,

Ao profano desejo de ser luz no vácuo,

Estrela perdida na eternidade,

Te deitei em minha cama...

Tua penumbra agora sabe do espaço entre meu coração e mente,

Me acha como a solidão ao poeta,

Fundamental como a noite ao segredo.

A poesia supera o gesto,

Treme pelo desejo de ser dita, sentida, tocada,

Suada e esquecida para, assim, inspirar o lado sombra,

Aliviar a dor e chorar à noite.