De mãos dadas
De mãos dadas
Amar é encontrar, em outra alma, o pão da vida
Chorar por qualquer coisa e rir à toa, de repente
Viver esta ansiedade de juntar-se novamente
Feliz por encontrar a parte até então perdida
Quem ama, igual quem vive, o faz involuntariamente
Querendo compreender e, sem saber, tê-lo esquecido
Com medo de morrer e - só assim - estar ausente
Mas - só assim - contente por um dia haver nascido
Só ama quem assume amar em frente a toda gente
E, mesmo sem saber qual é o caminho a ser seguido,
Prossegue confiante de jamais estar perdido
Pois, desde que andem juntos, a jornada é indiferente
Quem ama troca forças, e estas forças multiplicam
Formando um amplo campo, que a tudo é resistente
Um mundo onde os amantes se protegem mutuamente
Zelosos do que sentem, sempre argüidos, nunca explicam
(Djalma Silveira)