OLHAR NAVEGANTE

OLHAR NAVEGANTE

No teu olho

Navegam nuvens em silêncio

Com raios da luz dos sóis de verão

Onde a pele alegre se bronzeava

Quente, brasa das vontades realizadas

Algumas gotas serenas respingavam as flores

Botões desabrochavam

Catalisando, lavando a alma

No teu olho

Navegam turvos rios

Desembocando as mentiras que sentiu

Um mar de hipocrisia e desalento

Nuvens ainda caladas

Adormecer na escuridão

As pálpebras trêmulas sôfregas pelo novo dia

Em campos níveos molhando

O verde olhar florescendo esperança

No teu olho

Navegam ares de desertos

Na terra seca pela crueldade e iniqüidade

Ganância atrás das montanhas,

O lobo que se esconde...

Animal que espreita tua caça frágil

No teu olho

Navegam nuvens do silêncio

Fura-se o olhar do céu

Um filete de sangue tentando dizer

Diante da chuva de lágrimas

Pelos próximos dias, noites

Por toda uma vida, agora tão mais toda morte

'Pelo amor de Deus!'

No teu olho

Navegam nuvens de clamor

Uma gota em tempestade

Grita no chão

Sozinha, caída vermelha

Como piedade

Cíntia Thomé

direitos autorais.

Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 12/09/2008
Reeditado em 12/09/2008
Código do texto: T1174238
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