AS MINHAS MÃOS


Ao publicar hoje o segundo poema do meu amigo MANUEL DE LIMA, estou eu e os amigos em comum a  continuar prestar-lhe a nossa homenagem.
Herdei todos os manuscritos deste amigo (sem família) e em breve será editado um livro seu, assim eu terei cumprido o seu maior sonho.

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AS MINHAS MÃOS
 
 
Nado, mas quase morto,
Minha mãe me pariu perfeito.
Observado ao pormenor,
Nem um só defeito.
Mas as mãos!...
As mãos…
Dir-se-ía que a verdadeira vocação
Foi o uso que lhes dei.
Ungidas que foram
Para ministério sagrado,
Fizeram gestos rituais,
E muitas coisas mais,
Que era mister fazer.
Uma nova missão tiveram,
Generosas, para levantar um caído,
Um afago de ternura
Selar uma descompostura,
Acariciar uma flor,
Ou um corpo de mulher…
A Deus agradeço estes dons,
Mas resta-me olhá-las
E recordar com saudade,
Quietas que ficaram,
O doce sabor de um segredo bem guardado,
Que outro nome não tem,
Se não o de um longínquo amor

MANUEL DE LIMA

Barreiro, 14.09.1998


Manuel de Lima era formado em Teologia, Letras e Filosofia
- Foi professor de Português, Francês, Música e Dirigente de um Coro na Cidade (Invicta) Porto. Existem discos gravados


Este poema encontra-se também em Aúdios.



Sintra, 13 de Setembro de 2008
SUSANA CUSTÓDIO
Enviado por SUSANA CUSTÓDIO em 13/09/2008
Reeditado em 21/10/2008
Código do texto: T1176423
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