Par de olhos

Meu par de olhos verdes não achei

Perdeu-se em meio a multidão.

Só passou para encantar de uma vez

só passou para pulsar forte o coração.

Dos verdes já quase não me lembro mais

só resta a lembrança da intensidade

Como um navio que já zarpou do cais

E deixa apenas o rastro no mar, na imensidade.

Agora o foco é o par castanho

Que encanta mais que o passado.

Já que desse me lembro bem, sem acanho

Que desse não me esquivo, não escapo.

Meigo e viciante é teu olhar

que quando para no meu

preciso lembrar de como respirar,

Já que anseio tanto que tome como seu.

Melhor ainda seria se fechados ficassem

E na dança improvisada da respiração

Num singelo avanço os lábios colassem

E que enfim devolvesse o meu, pobre, coração.

Luiza Paes de Barros Beltramini
Enviado por Luiza Paes de Barros Beltramini em 07/10/2008
Reeditado em 28/01/2009
Código do texto: T1215897
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