Par de olhos
Meu par de olhos verdes não achei
Perdeu-se em meio a multidão.
Só passou para encantar de uma vez
só passou para pulsar forte o coração.
Dos verdes já quase não me lembro mais
só resta a lembrança da intensidade
Como um navio que já zarpou do cais
E deixa apenas o rastro no mar, na imensidade.
Agora o foco é o par castanho
Que encanta mais que o passado.
Já que desse me lembro bem, sem acanho
Que desse não me esquivo, não escapo.
Meigo e viciante é teu olhar
que quando para no meu
preciso lembrar de como respirar,
Já que anseio tanto que tome como seu.
Melhor ainda seria se fechados ficassem
E na dança improvisada da respiração
Num singelo avanço os lábios colassem
E que enfim devolvesse o meu, pobre, coração.