Caça-me

Sou sua presa

Estou em qualquer lugar

Sua musa desconhecida

Sua fere ferida

Estou na sombra de uma ave

Ou numa nuvem passeio

Acha-me

Sua busca é infinda

E quanto mais o tempo passa

Mais absurdo fica o encontro

Busca-me

Em tua cabeça

Na imaginação fértil

Na espuma das ondas

No espelho do rio

Sente-me

Não sou real

Apenas sirvo de inspiração

Sinto medo que um dia

Sua busca termine

Quem sabe no cume de um monte

Ou numa praia deserta

Tenho medo

Que depois dessa busca

Deixes de ser poeta...

Deixa-me

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 18/10/2008
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