DEPOIS DE TANTAS PRIMAVERAS

Ainda me vejo debruçada naquela janela

Depois de tantas primaveras

Sozinha, tristemente a te esperar.

Sou aquela flor que seu perfume ainda não exalou

Aos poucos vai perdendo a cor

Encontrando forças em cada abraço do sol

Vem e me beija fazendo juras de amor.

Outras primaveras vão

Tenho medo de cada outono que passa

Minhas folhas maduras pendem cair sem explicação

Firmo-me em cada uma delas

Lanço meu sangue pálido, fraco...

Não suporta mais de tanta dor

Lentamente as minhas unhas se cravam.

Cada dia que se passa

Uma folha cai em cada outono da minha triste existência

Logo percebo uma gota d’água cristalina

As minhas pétalas se enchem de esperança de perfume

Jasmim, sei lá

Acho que já fora dama-da-noite

Hoje o sinto muito pouco

Pois o tempo o faz assim ficar.

Ainda me vejo debruçada naquela janela

Depois de tantas primaveras

Até mais um outono chegar.

leidemarry
Enviado por leidemarry em 23/10/2008
Reeditado em 02/05/2012
Código do texto: T1243182
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