Passeio com o Amor
Meu corpo desfalece.
Estremeço, porém rapidamente inclino a fronte diante da tua
Sinto que meus olhos adormecem em ti...
Quanto de mim não cabe na mão que ajeita teu cabelo?
E quanto de mim não se vai ao vento que descobre teu sorriso?
Como um cego na corda bamba do picadeiro
Eu caminho a teu lado
Estou suspenso
Estou enorme
Estou infinito
Mas ao mesmo tempo, é você ao meu lado
E estou minúsculo
Simplesmente estou ali
Então, caminho e caminhamos.
Tenho o desejo crônico de dizer-te:
Vem, minha flor... Minha mais-querida...
E depois de suavemente pegar-te a mão
Atravessar a rua sem mais perigos
Sentindo-me Orfeu a te resgatar da morte.
Desvio um pouco o rosto do vento
Que insiste em inundar-me com teus aromas
Mas de muito amor
Fecho os olhos
Alargo os pulmões
E te recebo em festa...
Que bobo eu me tornei!
Que desgraça esse estado da alma... A Paixão!
Em algum momento eu te encontrei
E me perdi de mim mesmo
Porém, eu continuo ao teu lado
Enquanto você ri e comenta coisas sobre a cidade
Teu rosto mira o meu
Eu baixo o olhar e busco uma distração qualquer no chão
Tu pesas uma eternidade por sobre as minhas costas
Meu corpo desfalece.
Estremeço, porém rapidamente inclino a fronte diante da tua
Sinto que meus olhos adormecem em ti...
Sinto que meus olhos adormecem em ti...
E sinto que meus olhos adormecem em ti.