Vai alta a madrugada, o mundo é doce
O homem dorme livre dos seus males
Como se uma criança fosse
Nas bordas desmaiadas da noite, o frescor
A mansidão cobre os campos, há ventos suaves
Há casais fazendo amor
Poetas bordam seus sonhos à mão
Nos versos escrevem delírios, desejos
Nas folhas abertas da solidão
Há vagas de um silencio que entorpece
Ouve-se a voz de um pássaro fora de hora
Seu canto ecoa como prece
Nos rubros arrebóis, longe no horizonte
O sol começa preparar o novo dia
Que ainda se esconde atrás dos montes
Eu ainda sonho que estou a lhe ver
Porque a madrugada me desperta
Desejos latentes de lhe ter!