Carta a Emília III - Rosa dos Ventos

Emília, meu amor

Como pode um simples marinheiro viver com a alegria sem fim que me trouxe sua carta?

Receber, por escrito, palavras da sua boca.

Receber, em linhas, sentimentos desenhados por suas doces mãos.

Como posso compreender, eu, entre tantos, ter meu amor correspondido pela mais bela e graciosa donzela?

Cada dia é agora mais claro, o mar mais verde e, à noite, com o sussurrar brando das ondas no silêncio, sinto o perfume imaginado de seus cabelos, o lindo sorriso dos seus lábios e durmo profundamente.

Saber de seu amor confessado faz-me sulcar as ondas e pedir aos Sete Ventos que me levem ao bom porto de Sua Senhoria.

As sereias, nas noites de luar, cantarão mais alto a paixão que vos dedico.

Adamastor, no fundo dos mares, terá ciúmes deste amor.

Agora não é um sonho, nem sequer miragem e não mais os mares serão intermináveis.

Agora o meu rumo está marcado por sua pessoa, Rosa-dos-ventos, e este tão grande amor será para sempre seu.

Amo-te, Emília, Amo-te