TE AMO SOZINHO

Hoje te amo sozinho
Abnegado do que vem em troca
Sou a foz de um rio caudaloso
Que chama-se entrega sem volta

Hoje eu me entendo mais um pouco
Me concentro em amar-te tão só
Mas heis que vejo quase louco
Pois do homem que eu era sou só o pó

Esperando você me juntar
Ou libertar com seu sopro de Anfitrite
Quem sabe me ressuscitar
Da inércia torturante que em mim reside

Passei por você na rua há pouco
Atendo ao telefone e nada se fala
Minhas pernas tremeram, que sufoco
Você me ama, me liga, mas se cala

Aí que eu te amo mais ainda
Pois que sofres tanto quanto eu
Vou deixar   que te ensine a vida
A aceitar esse amor que é só teu.

Vivo
       da espera
                    de um outono
                                            
    sem cor
                              pois há de ser
                      bem melhor
       que uma primavera

sem flor.

Edu Silveira
Enviado por Edu Silveira em 29/11/2008
Reeditado em 06/04/2022
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