Paixões impossíveis
Desertos imensos entre as paixões
Que se fisgaram em um encontro avassalador
Em comum mesmo, só tinham a condição humana como igualdade.
Paixões impossíveis não podem amadurecer
Seus desígnios irrealizáveis.
Noites de espera à luz de estrelas e da lua
Brilho do amor refletido sobre a rua
Na poesia e na canção, revelação patética de solidão incurável.
Embriagado coração que adormece e dispensa a paixão
Prefere a solidão.
Será que só o tempo pode curar todos os males
E findar, definitivamente, as paixões?
A cada encontro tremores sentiram os corpos,
mesmo sem se tocarem.
Avassaladoras como foram essas paixões
Os efeitos não poderiam ser diferentes.
A saudade matava, a cada noite finda
A cada pôr do sol
A cada aurora rompida.
Mundos tão distantes em vidas tão marcantes
Marcadas pela paixão.
O que se pode fazer?
Se o vento não soprou ao seu favor
O destino as uniu,
mas a vida as repartiu.
O direito de amar, de realizar as paixões
Foi impossível como elas mesmas.
Nem mesmo a força maior das paixões pode
equilibrar o desequilíbrio dessas emoções.
Não fosse somente vencerem suas diferenças,
Tinham de vencer a si próprias.
Tantas vezes pareciam mortas e inexplicavelmente
Ressurgia a fênix das cinzas da vida.
Encontros, desencontros, presságios, medo!
Depois, veio o amor que nem a tudo superou...
Diversos sentimentos se entrelaçaram em um único!
Talvez esta condição fosse a desolação.
Se não se pôde triunfar sobre os obstáculos
Com indômita e sóbria alma
Um dia se conhecerá perdas e ganhos
As fiéis medidas destas vidas
E não será mais preciso fugir, se esconder
Evitar a inevitável evidência dessas paixões.
Paixões impossíveis
Impossíveis realizações
Inevitáveis transições!