A MANHÃ, POR FIM....

A MANHÃ, POR FIM...

Abro a janela e responde-me a manhã,

Fresca, plena de esperança, sadia!

Num canto da minha mansarda,

O leito vigia ainda meu sonho,

Qual viagem num alvor de vidas

Despontando para o universo!

Uma brisa, a mesma que há pouco passou

Numa ruela estreita e florida,

Acaricia meu rosto ainda ofuscado

Pela beleza de um sol que teima em ficar brilhando!

Estendo os braços aos céus

Responde-me uma pequena ave,

Um passarinho que acaso me fez companhia

No seu ninho, naquela noite que se fez dia,

Onde a emoção é forte, não cabe

No espaço reduzido de um coração

Recusando que o sonho acabe

E com ele se vá a ilusão!

Aquele espaço é meu templo,

Meu castelo e refúgio

E os olhos são prelúdio

Das esperanmças que na manhã contemplo!

Num canto, sobre a mesa, uma fotografia

Empresta vida aquela alegria

Onde a esperança é feliz ... e não sabe!

Desfio pensamentos que são meus,

Transpondo horizontes que vão ficando

Mais perto, deste lado,

Emoldurando uma incontida

Vontade de amar o céu e o mar,

As flores, as montanhas ,o calor!

Até mesmo as pequenas gotas de orvalho

Com lágrimas de saudades sentidas,

Envolvem a manhã,

Entram na mansarda, dormem no soalho,

O mesmo que me sustenta na vigilia da noite

E guardam meus passos pensantes

Que naquele espaço são errantes

Como a solidão que traz a noite

Quando a ausência é tortura

Tão acutilante e dura

Que trespassa e dilacera

A ilusão de uma quimera passa

Quando abro a janela e a manhã me abraça

Com o desejo de querer amar!

José Domingos

Jose Domingos
Enviado por Jose Domingos em 18/12/2008
Código do texto: T1341249
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.