MENSAGEM DE AMOR

Procuro no vento mensagens distantes

De um amor ausente nas palmeiras do oceano!

Sentado na velha mansarda,

Respondem-me silêncios,

Que transformo em esculturais pensamentos

Do teu sorriso de olhos de mel!

Na rua, duas crianças brincam,

Chilreiam como as vês do céu

Lançam papagaios, lançam a bola

Como quem lança um globo terreno

Na areia da praia que bafeja frescos aromas

Que fazem corar meus desejos!.

No firmamento, um raio de sol conquista o espaço,

Vencem a tenebrosa nuvem negra,

Trovejante e misteriosa

Como misteriosos são os sonhos!

Sentando na velha mansarda,

De madeira carcomida e despedaçados abraços

Que erguem vazios o corpo da rosa

No jardim florido de Primavera e aroma,

Procuro no vento mensagens distantes!

O papel, aquele mesmo pedaço

Onde escrevo meus versos e lágrimas

Olha-me mudo, mas não inerte neste cenário

Que pintor algum é capaz de traduzir na tela.

Parece acenar-me quando beijado por aquela brisa

Que procura a felicidade de um beijo

No entrelaçar das mãos,

Dos namorados que se desejam!.

Fixo esse mundo de contemplação,

Talvez ditado por D-us, talvez sulcado pelo destino

Correndo nos olhos semi-cerrados

Em busca dos lábios quentes, morenos

Mais brilhantes que a Luz, mais quentes que o Sol.

Ali, naquela velha mansarda

Onde range uma dobradiça antiga

Da janela quase sem côr nem resguardo

Desfio o meu pensamento feito caravela

Na busca de teu porto seguro

Abraçado no regaço do Salvador!

Na rua, mesma que calco e percorro,

Aquelas crianças são aves, os seus risos são promessas

Vidas, emoções intensas,

Que me trazem a esperança,

De ver tuas mensagens distantes

Unidas no só nosso verbo amar!

José Domingos