Nesta ansiedade desenfreada por mudanças que já presencio,
Sua figura impecável em minha mente fica.
Registrada feito fotografia,
Marcada a ferro e fogo.
E eu, no meu estilo “não estou nem aí”,
Faço minhas preces diárias
Desejando que volte para mim,
Fale comigo,
Doe-me suas migalhas
Que por tanto tempo serviram de alimento para minha existência.
Quão insana serei eu?
Ainda espero por um sinal seu,
Um gesto que atravesse oceanos,
E me carregue para junto de si.
Por que, depois de tanto tempo,
Tantas lágrimas silenciosas,
Tantos beijos negados,
Sinto como se os dois devêssemos ser um nós?
Esta história que não pôde ser vivida,
Que, provavelmente, você nunca quis vivê-la,
Parece tão intensa em minhas entranhas,
E simplesmente não acontece.
Desespero a cada dia em que me questiono:
Será tarde de mais?
Tarde para que seus olhos resgatem meu ser?
Por vezes, pensei: “Não sinto sua falta”.
“Eu sobrevivo sem você”.
Engano meu.
Eu ainda o amo.
Amor é a única definição para isto.
Amor sem maiores explicações ou razões.
Amor, puro amor
De minha parte,
E da sua?
Estou pensando em você hoje.
Acordei assim,
Vendo suas fotos,
E sendo carregada pelos ventos da transformação.
Estou saindo de meu ninho,
Mas como queria que meu destino fosse para seu acalento.
Para os braços que me libertaram dos medos do sentir.
Ainda, que pouco tenha eu feito para você.
Como queria reencontrar a boca que me fez suspirar,
Acordou-me para a mulher felina em mim.
Como queria esbarrar com seu cheiro numa esquina qualquer,
E render-me aos instintos humanos de quem não pensa, flutua!
Como queria que você,
Assim, sem querer, lesse esta confissão
Despertando-se para o fato de que somente eu posso lhe completar.
Quem sou para exigir tal?
Sonhar com tamanha infâmia?
Você não me ama.
Você não lembra de mim, não da forma como necessito.
Você?
Você não faria uma loucura por mim,
Não viria para meu peito,
Nem que fosse só por uma noite,
Por um último instante ilusório meu.
Ainda que lhe implorasse
Ainda que dissesse que cada letra que já lhe enviei
Permanece verdade.
Ainda assim,
Você, meu doce suplício, não viria para mim.
Ou viria?
Karla Hack dos Santos
Enviado por Karla Hack dos Santos em 09/01/2009
Código do texto: T1375489
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