O mote deste poema foi um lampejar de lembrança de uma pergunta feita pela minha talentosa amiga (não sei se posso assim considerá-la) Sirlene Rosa, a SI, que há alguns dias me perguntara:


QUE AMOR É ESSE?


Então te sentas aí no teu canto
Finge não ouvir o meu pranto
daqui, bem aqui onde eu me escoro
catatônico, embriagado de choro,
esvaziado de mim.

Então me dizes que vai se calar
que estás tentando a ferida curar
que tudo o que fazes só traz dor
a quem somente deu-te amor
e paga agora por esse fim.

Mas todos que tu tentas proteger
será que zelam tanto por você
como eu sempre jurei te cuidar
e agora vem você me abandonar
pra proteger quem te deixou assim?

Não cobro, nem suplico por mais nada
não tinha outro caminho nessa estrada
pois tudo que  até agora eu ousei
foi por amor sem fim e agora sei
que tudo novamente faria, sim.

Mas veja, ainda podes consertar
o nosso pobre e tosco versejar
e transformá-lo em puro e terno amor
apaga aqui do peito essa dor
e planta flores em nosso jardim.

Ainda tenho a gana de esperar
que tu percas o medo de amar
enquanto eu supor isto possível
eu permaneço aqui, indefectível
à espera que tu plantes um jasmim

Chamado
amor,
enterno,
bravo,
clamante,
profundo
a semear.

E quando
apareceres
em meio às rosas
terei aqui contigo
em verso e prosa
o nosso mundo
a se eternizar.