Lembrança de uma noite de amor.
Ainda me lembro de seus molhados lábios
Trêmulos em volúpia sedução,
Saboreando o instante em que o corpo
Pede o corpo em legítimo desejo
E no ensejo do momento, explodir sem refreio
Na tesura, no gozo e na emoção.
Povoam os meus devaneios, seus seis desnudos,
Em que em frenética perdição, na penumbra de um salão
Provei do seu mel, entre o suor e o cheiro da fêmea
Tigresa, alucinada, desvairada de paixão
Mãos umedecidas dos flúidos do corpo
Do corpo da virgem o desejo e o tesão
Lembro te calada após o ato, após o pacto
No carpete a taça da bebida consumida
No rosto a satisfação, a lembrança de uma noite,
Nas pernas claras as manchas do pecado
No olhar a incessante busca do momento
Da explosão e implosão do corpo dado em comunhão.