Quer amar: sente-se e aguarde
Recebo de suas mãos o néctar.
Mãos abertas, em posição de dádiva,
Parecem mãos de santo no altar.
Suavemente me invade.
Fecho os olhos, pra na alma degustar,
Pequena porção do infinito.
Diluem-se deveres e direitos.
A imensidão transformada num instante,
Nada pede em troca.
Vamos...
Fica
mais
um
pouco.
O momento passou por entre os dedos,
E ficou cristalizado,
Como os olhos compassivos da Virgem a nos olhar.
Promessas.
A calma a enervar.
A paz momentânea se esvai.
Não quero mais esperar.
A dor dilacera a razão,
E o coração desfalece em sofrimentos.
Aguardando o que não tem fim.
E então sonho com o que penso ser meu.
Minha sublimação, meu deleite, meu poder.
Minha vitória.
Algo mais: uma alegria, uma tristeza.
Algo menos: uma esperança, um desespero.
Não importa.
Algo me faz esperar.