A Flor de Lírio e o Samurai

Olha o porto vazio na neblina da manhã

Serena, com a paciência oriental

Colhe da cerejeira a flor, e sonha

Viaja pelo encrespado mar e sofre

Uma saudade, um imenso vazio, uma vontade.

Recolhe- se ao templo milenar e reza

Aos pés de Buda deixa as lágrimas rolarem

E no rubor da face lágrimas mornas escorrem

Pérolas d’água amargas, sofridas, saudosas

De seu samurai, de seu guerreiro que partiu

Além do oceano em árduas lides

Acompanha o sol poente o japonês

Lembranças trazem a brisa mansamente

A flor de lírio aos pés do monte

Da tua linda Liz que ele deixou

Calado no silencio de sua humilde catre

Olha o céu pontilhado de mil estrelas

Em cada astro pisca o olhar da sua amada

Distante, muito longe de seus desejos

Na longínqua terra do sol nascente.

Sonha e chora perfumada flor

Envolta em colorida e fina seda

Chora e sofre o samurai

Em nova terra no calor tropical

Aspira o perfume, o odor do cafezal.

Para ambos só resta o consolo

De se imaginar em sonhos um encontro

Pois quando sol se põe no ocidente

Radiante ele nasce no oriente

Flor de Liz e samurai vivam os seus sonhos

Eternamente.

Guilhermino, 21/09/2009.

Guilhermino
Enviado por Guilhermino em 22/01/2009
Reeditado em 06/08/2014
Código do texto: T1397575
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