Sagrado torpor
Postura de braços em cruz,
Com lábios de cálido riso,
Na areia esse homem reluz,
Semblante, um desenho preciso.
Seu corpo reflete o oceano
E o vento o vigia em repouso.
Possui ventre rijo e tão plano,
Deixar de o olhar eu não ouso.
Sua pele fulgura no sol,
Salgada e em sagrado torpor,
Dourada da cor do arrebol.
Espelha a beleza e o calor...
Se música fosse, bemol;
Se tela pintada, só cor...