POR QUEM OS SINOS CHORAM (*)
 
 
Ao anoitecer, em silêncio, eu ouço um canto.
Não há chuva, não há mar nem sinfonia.
Olhos dos ramos são meus doces pirilampos
e o pensamento voa muito além do que devia.
 
Há no ar nostalgia, saudade...e uma beleza
neste cântico que não sei de onde vem.
É como  perfume raro e rosa sobre a mesa
dobrando  em amor como um sino de Belém.
 
Vibra  na noite nas cavernas do meu peito.
Ilumina as trevas, apaga  meus defeitos.
Já não há mais estrelas nem luas de papel.
 
Deste cântico vem a densa realidade:
entre teu ocaso e minha aurora da verdade
uma cruz na Via Láctea em mim te anoiteceu.



(*) título inspirado em "Por quem os sinos dobram" de Hemingway.


(Direitos autorais reservados).
Foto: imagem pesquisada no Google

 
 
 
 
Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 31/01/2009
Reeditado em 11/04/2010
Código do texto: T1414592
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