Amar como se a hora fosse a última
Amar como se a hora fosse a última
Fosse o sentimento igual a flor
Que se dá pra para lá morrer secando
Sem mais nada querer de volta
Diria que pouco importa o descobrir-se amando
Tivesse eu mais corações
Sem demora, lhe daria o meu
Mas o coração, quando se dá, não vai embora
Fica, e como pesa: até parecem dois
Pudesse extrair algo concreto do amor
Algo que pudéssemos guardar p´ra depois
Talvez ainda mais a amaria
Talvez até esqueceria a dor que já senti
Pudesse jurar que não menti
Que jamais falei do amor com exagero
Quem sabe o amor seria mais sincero
Se soubesse o que, sentindo, lhe omiti
Mas o amor... como saber se realmente ama
Tanto quem afirma amar, quanto a pessoa amada
Como amar sem o temor de estar errada
A razão em relação ao que proclama
Amar... quisera esse dom de acolher
O sentimento alheio e o próprio, sem receios
Sentir a emoção e não impor-lhe freios
Viver... como uma hora muito boa p´ra morrer!
(Djalma Silveira)