Paraíso em ti

Paraíso em ti

Quando o tempo sucumbir finalmente

Quando o Pai nos resgatar da agonia

Neste dia, hei de lembrar

Do dia em que me resgataste

Do mundo, da carne, do vício

Ao me conceder o poder de amar

Foi teu fogo que acendeu o meu

Do teu peito, o meu respirou

Somente a chama dos teus olhos

Logrou despertar os meus da cegueira

Persegui-la, meu primeiro passo

Como se renascesse nos seus braços

Na tua suavidade, curaste-me o gesto rude

No teu beijo, esqueceram-se-me as palavras duras

E adquiri a ternura necessária à eterna vida

Na pretérita loucura, o meu presente acha o juízo

Não estava nosso encontro nos esboços da procura

Nem que o Amor, na forma pura, é o propalado Paraíso!

(Djalma Silveira)