Vem, criança, deita em meu regaço
Vem, criança, deita em meu regaço
Esqueça tudo que digo ou faço
Escute somente as batidas do coração
(que, descompassadas, são só emoção)
Vem, ensina-me a ser somente eu
Não prometa nada a quem já padeceu
De amores incuráveis, transpassado por lanças
E que em ti viu a esperança
De fazer com a paixão a sutil aliança
Reviro-me na cama em pensamentos
Renovo a crença que já bastam os lamentos
E toda sorte de desilusão
Tornaste minha vida mais doce
Meus passos mais firmes
E meu coração como que de candura fosse.