PUREZA

PUREZA

Teus olhos em meus seios pueris

Luzeiros atrevidos são faróis

Sol a iluminar os montes, febris

Cobertos por madeixas, caracóis.

Mãos trêmulas, pensas em alisar

Flores macias caem dos arvoredos

Em tua boca branca o néctar

No corpo teso arrepiam-se os pelos.

Folguedos e fantasias ironizam a cena

Tu querias pegar as pêras maduras

Com elas se fartar, dá-me pena!

Há tanto enlevo, sinceridade nas juras...

Sabe que sou intocada, donzela, pura

Não me exponho qualquer cantilena

Tu és resposta às minhas novenas

Podes avançar, mas comece pela cintura!