SONETO DO ENCANTAMENTO
Tinha um peito de rancor e de amargura,
Que julgava não poder sentir amor.
Sem saber que havia alguém, que com ternura,
Tornaria minha treva em resplendor.
Encontrei no seu olhar, um brilho intenso,
Juvenil e de um encanto destemido.
Que invadiu meu coração, seguro e manso,
Sem saber se o havia consentido.
Permiti e entreguei sem contestar,
Plena posse do meu peito de menina.
Sempre em frente, sem vontade de voltar,
Sob a luz, que inebriante me fascina,
Sigo eu, feliz cativa desse olhar,
Ré confessa de um amor que me alucina.