Sobre o amor...

Ninguém escolhe para si,
 o amor!
Ninguém o pega,
 ao seu bel prazer...
Também não é encontrado para vender,
nem nos mais humildes comércios,
nem na maior das lojas...
Ele também não está aqui,

 nem ali
e nem acolá...
Também não adianta sair dele a procura

pelas esquinas,
 ruas e bares.
Nem tampouco nas festas,
 jardins, praças e lares...
 
Não sabemos aonde ele se esconde...
Mas sabemos que...
"O amor tem sua morada no destino!"

 
Repentinamente,
vêmo-lo no sorriso, na voz...
 no olhar de alguém...
 
De pronto não o reconhecemos,
e sem que o queiramos
ele no-lo se enfia, se mete,
por entre as portas do coração e,
pronto...
 
Segundos após,
amando estamos nós...
Rimos sem motivo,

choramos por nada,
percebemos fragâncias sutis...
e sonhamos acordados...

Dançamos sem música,

olhamos o céu
e as estrelas do firmamento...

 Vemos as flores...
ouvimos a canção do vento,
e pensamos muito naquele ser maravilhoso
que tanto é por nós amado...

Mas,

dele quem não nos quer,
não tem em si pecado,
mesmo que se nos deixa
o coração machucado.
Seja qual for a circunstância,

 não há culpa no desamor,
nem ficar ao nosso lado é obrigado...
Ái do amor de só um...
Ái do amar solitário...

Ninguém quer sofrer por amor...
Infeliz daquele que em silêncio,
quieto sofre por ele calado...
Que tem em si,
e somente para si,
este amor confessado,
dentro do peito guardado!

A dor arranca-nos as entranhas
e torce à sua vontade,
a nossa aparência de dentro para fora,
quando nosso amor vai embora...

Tornam-nos brancas as faces,
murcham-nos os lábios e,
apagam-se  as luzes do nosso olhar.
É triste o nosso penar!
Desesperados,
entendemos então,

a diferença da dor física, da dor do amor...

A dor física,

 podemos chorá-la à frente de todo mundo...
A dor do amor não,

pois  além de tudo... ela  é igrata, é cruel,
é sofrida...
Obriga-nos a chorá-la às escondidas,

quietos,
calados...

e na solidão...

Athos de Alexandria   14-04-2009

Athos de Alexandria
Enviado por Athos de Alexandria em 14/04/2009
Reeditado em 14/04/2009
Código do texto: T1538483
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