A luz, a borboleta e eu
Ouço a borboleta: debate-se na lâmpada do meu quarto
Ouço minha controvérsias meditativas rolando no assoalho
Vejo minha alma no espelho
Meus soluços nos olhos da lua minguante
Sou espera e som
Estou distante, num vaso de flores
Posto ao lado de minha cama.
Ouço gritos nas minhas letras
E silêncios nas minhas palavras.
Estática. Indo em sua direção
Desperto enquanto a noite dorme.
Névoas nos meus lençóis
Pomares na aridez dos meus seios
- enquanto florescem os desejos.
Continuam encantadas, a borboleta e eu
Embevecidas pela luz
- ela, florescente
- eu, pedra incandescente.
Espero o sol
Espero só.
Dorme a madrugada
Sou embriagada de ti.