A SOLIDÃO DO AMOR

O meu amor está nu.

Em meus olhos, podes ver.

Miseravelmente tombo

diante de teu descaso.

Por que não olhas?

Por que não sabes?

Por que não queres?

Entre indagações,

afogo meus dias.

Não irás me estender as mãos, eu sei,

pois estás encantado

com as festas do mundo.

Danças sem saber o motivo,

gritas palavras que não são tuas,

amas o efêmero.

E eu só tenho a vida inteira

para te dar.

O meu amor é a menina

que se perdeu pela estrada.

Está cansado e reclama

até do brilho do sol.

Mas segue à procura da casa.

Insisto, te chamo

e a minha voz é uma brisa

em teus ouvidos surdos.

Esse grito é de solidão

e ninguém escuta.

Só Deus, em seu imenso silêncio