Tela: Retirantes, de Portinari
Desamor
A ele, enfim, se entregou
depois de tantas andanças,
depois que tudo quebrou
todas as vãs esperanças!
Entregou-se assim tristonha,
sem paixão e sem amor
àquela vida enfadonha
pro seu jeito sonhador!
Mas não tinha o que fazer,
entregou-se sem querer!
É tão triste ver Maria
não ter qualquer horizonte,
e viver sem alegria
e sem paz na sua fronte!
A miséria é sem par,
os filhos passando fome!
Sem espaços pra sonhar,
tanta tristeza a consome!
É tão triste nessa vida
se entregar pra dar guarida!
Desamor
A ele, enfim, se entregou
depois de tantas andanças,
depois que tudo quebrou
todas as vãs esperanças!
Entregou-se assim tristonha,
sem paixão e sem amor
àquela vida enfadonha
pro seu jeito sonhador!
Mas não tinha o que fazer,
entregou-se sem querer!
É tão triste ver Maria
não ter qualquer horizonte,
e viver sem alegria
e sem paz na sua fronte!
A miséria é sem par,
os filhos passando fome!
Sem espaços pra sonhar,
tanta tristeza a consome!
É tão triste nessa vida
se entregar pra dar guarida!