O Amor

O que seria o amor?

Seria um grande devaneio?

Um doce desejo?

Ou apenas uma dor?

Quem, de vós, nunca amastes;

Mesmo quem não te merecias?

Quem de vós nunca falastes;

Todo o amor que vós sentias?

Quem nunca se sentiu embriagado,

Por este ópio, que és tão doce?

Quem nunca pranteara amargurado,

Sabendo, que tal efeito acabou-se?

Ó, a dor no peito!

Amo o que não és meu!

No túmulo do amor, me deito,

E espero, espero pelo que morreu!

Amarias-te, as qualidades imperfeitas?

Quererá, ver-te o sol se pondo?

Seria-te, tu verdadeira,

Mesmo que fosses apenas um sonho?

Maldito és tu, cupido!

Por que odeias-me tanto?

Terias, teu sangue vendido,

Para jogar-te tal encanto?

Não vedes como vens a enganá-la?

Não vedes como choro?

E agora, agora imploro,

Serias, minha vida tão errada?

Disse o poeta: "Vivamos o amor,

Amemos a vida, seja como for"

Mas, como enxugareis as lágrimas,

Se és-te vazia e pálida?

Estou condenado, pela paixão!

Pela vida que levo, pela boemia;

Mas, sabeis, que és tudo o que viria,

A cicatrizar-me o coração?

Nobre sois vós,

Vós que amam!

Tolo, somos nós;

Áqueles que reclamam!

E, quando fores amar alguém;

Lembras-te de mim.

Eu, que não sou ninguém,

Nunca te esqueci.

Inebriado pelo encanto,

Pelo elixir, da vida;

Sozinho, morro em pranto,

E invejo a Poesia!

Não amar-te-ia, um pobre como eu?

Torturado pela vida, pelos sofrimentos?

Não temer-te-ia, o amor que se perdeu?

Nos caminhos tenebrosos, cheios de lamentos?

Beppo
Enviado por Beppo em 25/05/2006
Código do texto: T162505