TRAJETÓRIA

QUANDO O CALOR DA LÍNGUA
DERRETE A CERA – LÁGRIMAS.


AINDA ESCORREM
SOBRE OS MEUS PANOS BRANCOS
O SANGUE DAS TUAS PALAVRAS
CARREANDO A MINHA DOR
ENTRE A SOMBRAS DAS CATEDRAIS
ANÉIS DE VIDRO COLORIDO NOS MEUS DEDOS
FAISCAM CORES
RISCAM LABIRINTOS NO PÓ DOS TEUS PASSOS
ENQUANTO REESCREVO A TRAJETÓRIA
DAS SEMENTES DE MANDRÁGORA.
LÁ FORA
CHOVE UM FRIO INTENSO
E NAS LABAREDAS NEM MESMO O VENTO ESCREVE/DESCREVE
O MATRAQUEAR DAS BOCAS TESAS [OBSOLETAS!]
QUE MORDEM MALDIÇÕES ANTES DO NASCER DO SOL.


DENTRO DE MIM
UMA AFLIÇÃO VERMELHA QUE SÓ O TEU BEIJO ACALMA 
QUANDO SUFOCA O GRITO ANCESTRAL QUE TRAGO N’ALMA.


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Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 04/06/2009
Reeditado em 30/07/2009
Código do texto: T1632142
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