Enamorando sem namoro

Enamorando namoradas sem namoro

Amor sem choro, desespero

Horror e livre-arbítrio pra escrever

Acintosamente falando, enamoro o encanto

O encanto de te ter ou aflição de te perder

Velejar em sete mares, sete amores, oito pilares

Recordar em vários quartos poucos leitos

Consternar, e ainda sim cheio de murmúrios

Encontro-me em pé ou sentado praguejando aos ares

Vejo-lhe atravessar a minha frente

Beijando a ti e outros beijando teu ventre

Todo filho que filho é seu, todo meu que não me satisfaz

E tudo que voa nem sempre voa ou sempre está para trás

Assim li Platão e ele me leu.

Assim avistei Drummond e ele nem percebeu...

Saltitando devagar sorrindo e sem dente

A velha morte que muito viva me fala:

- “A vida é morta sem vida, e é ela que exala a pneumonia do entardecer”

Que melancólico é,

Dar adeus para o sol e ver a lua abrolhar

E que amargura ou prosperidade contemplar?

Se a lua que é a lua dos amantes

Mesmo ela despede-se a nuvens alvorada.