Rindo de mim

Há em cada lágrima um riso oculto,

E em cada riso uma lágrima adormecida.

Há no teu sorriso a luz de todas as mulheres,

e o pavor expectral noturno,

de todos os lábios sedutores.

Há quem sabe em mim,

O desejo obsessivo de sonhar-te,

todos os minutos do meu viver.

Há em cada carícia um insondável toque meu,

E em cada gozo teu a carícia oculta dos meus sonhos.

Em cada lágrima vertida um pouco da tua ausência em mim.

Em cada riso meu um pouco da irreverência insana,

de quem ama intensamente e já não pode ter mais,

o calor do ser querido.

Caminho e busco uma direção,

Aquela que o vento aponta-me talvez,

Ou o sinal de trânsito indique, quem sabe

Ou será a direção luminosa

da tua mão amiga que se estende.

Não! Eu busco outra direção,

permeio outros caminhos,

tortuosos e aflitivos rumos,

Desfiladeiros de sofrimentos infindáveis da alma.

Sempre o caminho dos amantes insaciáveis,

Que perderam de si o seu próprio eu.

Há dentro de mim uma lágrima que rí,

E um riso interminável de mim mesmo,

que chora eternamente por voce.

Ronildo Donizete Feroldi
Enviado por Ronildo Donizete Feroldi em 30/05/2006
Código do texto: T166252