Rindo de mim
Há em cada lágrima um riso oculto,
E em cada riso uma lágrima adormecida.
Há no teu sorriso a luz de todas as mulheres,
e o pavor expectral noturno,
de todos os lábios sedutores.
Há quem sabe em mim,
O desejo obsessivo de sonhar-te,
todos os minutos do meu viver.
Há em cada carícia um insondável toque meu,
E em cada gozo teu a carícia oculta dos meus sonhos.
Em cada lágrima vertida um pouco da tua ausência em mim.
Em cada riso meu um pouco da irreverência insana,
de quem ama intensamente e já não pode ter mais,
o calor do ser querido.
Caminho e busco uma direção,
Aquela que o vento aponta-me talvez,
Ou o sinal de trânsito indique, quem sabe
Ou será a direção luminosa
da tua mão amiga que se estende.
Não! Eu busco outra direção,
permeio outros caminhos,
tortuosos e aflitivos rumos,
Desfiladeiros de sofrimentos infindáveis da alma.
Sempre o caminho dos amantes insaciáveis,
Que perderam de si o seu próprio eu.
Há dentro de mim uma lágrima que rí,
E um riso interminável de mim mesmo,
que chora eternamente por voce.