MEU GRITO
Não posso dizer ao certo o quanto de você sobrou em mim.
Só sei que é o suficiente para me desorientar todos os dias,
para me fazer pensar em você o tempo todo e
para me fazer acreditar que não vou conseguir te esquecer.
Como se você tivesse sido a única coisa que me aconteceu nos últimos tempos.
(E não foi?)
Respostas...Quem me dará as respostas que tanto busco?
Talvez elas estejam dentro de mim,
e seja a sua imagem persistente que me impeça de vê-las.
Sim, as lembranças me acorrentam a esse sentimento,
a um passado que não me pertence,
ao mesmo tempo em que sei que a protagonista fui eu.
Não consigo dissipar as memórias,
e tudo é tão seu,
o tempo todo,
que me atordoa o pensamento.
Não sei mais sorrir,
meu rosto está estático,
morto,
mórbido.
Minhas sobrancelhas estão caindo sobre meus olhos de novo,
com um ar frio que a muito tempo eu não via no espelho.
Tudo de bom que você me trouxe
foi embora junto com você naquele maldito dia de sol,
e hoje concordo com o que você me disse uma vez:
você me fez mais mal do que bem.
Com certeza.
E mudo a resposta pra uma das suas ultimas perguntas:
sim, eu me arrependi.
Se eu soubesse que o preço a pagar por te ter assim,
tão pouco,
seria a minha sanidade,
eu teria dito não.
Eu não teria me permitido te amar como eu fiz.
Eu teria me fechado,
assim como estou hoje:
uma ostra,
novamente,
sozinha,
séria,
absurdamente confusa e
infeliz.