MEU GRITO

Não posso dizer ao certo o quanto de você sobrou em mim.

Só sei que é o suficiente para me desorientar todos os dias,

para me fazer pensar em você o tempo todo e

para me fazer acreditar que não vou conseguir te esquecer.

Como se você tivesse sido a única coisa que me aconteceu nos últimos tempos.

(E não foi?)

Respostas...Quem me dará as respostas que tanto busco?

Talvez elas estejam dentro de mim,

e seja a sua imagem persistente que me impeça de vê-las.

Sim, as lembranças me acorrentam a esse sentimento,

a um passado que não me pertence,

ao mesmo tempo em que sei que a protagonista fui eu.

Não consigo dissipar as memórias,

e tudo é tão seu,

o tempo todo,

que me atordoa o pensamento.

Não sei mais sorrir,

meu rosto está estático,

morto,

mórbido.

Minhas sobrancelhas estão caindo sobre meus olhos de novo,

com um ar frio que a muito tempo eu não via no espelho.

Tudo de bom que você me trouxe

foi embora junto com você naquele maldito dia de sol,

e hoje concordo com o que você me disse uma vez:

você me fez mais mal do que bem.

Com certeza.

E mudo a resposta pra uma das suas ultimas perguntas:

sim, eu me arrependi.

Se eu soubesse que o preço a pagar por te ter assim,

tão pouco,

seria a minha sanidade,

eu teria dito não.

Eu não teria me permitido te amar como eu fiz.

Eu teria me fechado,

assim como estou hoje:

uma ostra,

novamente,

sozinha,

séria,

absurdamente confusa e

infeliz.

Diana Marques
Enviado por Diana Marques em 02/06/2006
Código do texto: T168022