V E S P A

Sou bicho da madruga

E me adormeço em teu véu.

Minh’alma faz-se alvorada,

Como se o Sol, no teu céu.

Minh’alma, vespa raiada,

Que te esquadrinha escarcéu,

Toda te exaurindo, amada,

Um formão em ti, ao léu.

Inseto da madrugada,

Eu vou, pois, de déu em déu,

Já feito vespa aferrada,

Eu, punhal, feito o teu réu.

Minh’alma, já orvalhada,

Sem alvorecer no céu,

Tende a vespa desgarrada,

Em ti, flanando escarcéu.

Fort., 09/07/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 09/07/2009
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