Sina

Fito teus olhos e me perco

Em tua imensidão.

És um oceano de águas tranqüilas,

Cristalinas... eu não.

Beatriz! — pertences a Dante!

Marianne! — desculpa-me, Lamartine!

Ângela! — não me maldigas, Gregório!

Dinamene! — sinto, Luiz!

Ceci! — não, és de Peri!

Lotte! — és semelhante, mas não sou Werther!

Por ela ao inferno desceria,

Mas longe de mim

Comparar-me a Dante Aliglhieri...

Jamais chegaria aos céus...

Oh! Se a beleza dos versos de Lamartine

Eu tivesse a cantar meu fado

Como fez à bela Marianne...

Talvez tudo fosse diferente.

Se fosses eterna como Ângela...

Não seria tão boca do inferno

A blasfemar para o mundo

De tudo e de todos.

Como Peri eu morreria

A salvar minha doce Ceci...

Mas me faltam a força

E a coragem nativa.

És mesmo Charllote! Sinto, mas

Nesta história sou Werther.

E meu destino foi traçado

Pelo projétil plúmbeo vazar-me a têmpora.

Sinto tanto

E o nada

Surge

Como o tudo.