SEM SABER AMAR
Dos meus medos que atormentam e receios,
Na paz que procuro e que teima em não vir,
Olho horizonte sem fim que me pede para ir;
Nem vou, nem fico. O limbo. Estou no meio.
A viagem. Um porto. Um barco que balança.
As tempestades, as calmarias. Uma constante.
O existir, a vida. Nada a cobrar pela esperança.
Paralisia mortal. Só vivendo apenas o instante.
Passado? Que passado? Que aconteceu atrás?
Nem lembro. De tudo que passou, me esqueci;
Nem eu e nem você jamais viveremos em paz,
O vazio. Nada de lembrança. Amor? Não vivi.
Nenhuma imagem, e dor alguma para recordar;
Nenhum futuro. Nada de que se desenhe rubro;
E, girando, nesse redemoinho, eu me descubro,
Que sou atormentado porque não soube amar.