SEM SABER AMAR

Dos meus medos que atormentam e receios,

Na paz que procuro e que teima em não vir,

Olho horizonte sem fim que me pede para ir;

Nem vou, nem fico. O limbo. Estou no meio.

A viagem. Um porto. Um barco que balança.

As tempestades, as calmarias. Uma constante.

O existir, a vida. Nada a cobrar pela esperança.

Paralisia mortal. Só vivendo apenas o instante.

Passado? Que passado? Que aconteceu atrás?

Nem lembro. De tudo que passou, me esqueci;

Nem eu e nem você jamais viveremos em paz,

O vazio. Nada de lembrança. Amor? Não vivi.

Nenhuma imagem, e dor alguma para recordar;

Nenhum futuro. Nada de que se desenhe rubro;

E, girando, nesse redemoinho, eu me descubro,

Que sou atormentado porque não soube amar.

Lúcio Astrê
Enviado por Lúcio Astrê em 12/07/2009
Código do texto: T1696272
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.