A Canção

Deixado em triste abandono

Aflito, perdi o sono

E só, pus-me a cantar.

Cada nota, uma lágrima

Cada solfejo, um suspiro

A debandar em retiro

O coração a chorar.

Do violão emergiu a cantiga

Que estende a mão amiga

Doando-se a que não tem par.

Cada alma com carinho

Que a puder soletrar

Canta seu sofrimento

Expurga o seu lamento

E colabora com mais um elo

Da corrente que hoje velo

Como carimbo da minha ilusão.