EU TRANSPIRO AMOR - Retrô

Eu não quero ser apenas um novo dígito matemático, quero ser livro e não ser página;

Quero te oferecer o que a esperança nunca pôde imaginar e sair vencedor dessa batalha por teu coração;

Eu que já fui audaz gladiador, agora sou o veredicto dessa sentença que me esmigalha;

Pra ser refém do teu enlace e dar de vez ao teu destino o ocaso da minha solidão!

Eu ignoro a tentação de te fazer comum, posto que meu céu se renovou após te ver pelas estrelas;

E dentre tantas que adornam os teatros das alturas, nenhuma delas se compara ao teu fulgor;

Agora sou embriagado pelas águas puras das fontes e meus lábios sorvem a carícia das maduras cerejas;

Porque já não me sinto metafísico, tampouco empírico ou platônico, lendo o que posso desse amor!

Eu me recuso a te encaixar nos pressupostos e prévios conceitos de meu repertório;

Porque jamais em tempo algum, poeta algum, conseguiria mensurar as ilimitações de tua luz;

Assim procedo pela inutilidade de toda negação, já que a minha rendição é fato notório;

Agora faz-se calvário um só dia sem a tua atenção, supor perder o teu amor, é cruz!

Eu amo tanto o tempo que me dou pra te lembrar, que abomino perceber qualquer opositor;

Até entendo os brados infantis que tentam afirmar o oposto do que diz o nosso mundo;

Verdades e mentiras são detalhes, mediante a sentença que nossa reciprocidade já decretou;

De que me importam teus anos sem mim, se agora junto a ti, vivo o eterno a cada segundo?

Eu vim aqui pra te dizer que a minha voz é quem menos grita o existir do que já sabes;

Bem sei que o longe se aproxima, quando me sentes a te chamar no vendaval lá fora;

Tu modificaste meu desenho e em tamanha exatidão, com todo teu ser me cabes;

Se algum dia eu duvidei que pudesse amar de verdade, me perdoe o destino, pois me contradigo agora!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 27/07/2009
Reeditado em 26/10/2012
Código do texto: T1721755
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