O vôo do corvo.
A tua falta é como suplicio da noite
Um corvo revoando por sobre minha cabeça
Anunciando o início das trevas
Ou o reflorescer da rosa na floresta negra
A mesma floresta que plantamos
As mesmas rosas que não colhemos.
O tempo passa voando assim como o corvo
Mas a lembrança fica, na mente a persistir
A trazer para a vida tudo que ficou no passado
Morto e enterrado! Para ressuscita-lo.
Assim a sua imagem volta como sempre,
O seu cheiro penetra nas minhas narinas
Como se nunca tivesse sido expelido.
E a foto do seu rosto volta a iluminar minha vida
Meus sonhos, minha alma.
Há somente uma dúvida? Por onde você anda?
Com quem você está? E o que está fazendo?
O sentimento de ciúme e posse,
Dão lugar para o sentimento de perda e dor.
Mas a saudade, faz com que o corvo
Pouse sobre meu ombro, e descanse no meu peito
E como num passe de mágica,
Se transforme numa linda pomba branca,
Segurando em seu bico uma rosa!
A mesma rosa que não colhemos.
Seria um sinal de sua chegada ou de sua despedida.
Voe pomba,
Bata suas asas,
Plane no ar,
E alcance a liberdade
Ricardo Muzafir.