Eclipse da paixão
Estava eu sozinho num espaço de poucos metros quadrados, onde eu escrevia sobre ti, sobre o teu corpo, sobre teu cheiro que impregna minha alma.
Escrevia sobre teu olhar que tem a beleza infinita do mar... enfim escrevia sobre toda a tua beleza.
Então a noite chegou e com ela a dor de não saber onde está você.
Olhei para as estrelas, mas não consegui te ver... o vento soprava e os cachorros uivavam na rua e eu aqui sem você para me acolher.
Comecei a implorar para que o dia amanhecesse logo, para que passasse mais uma noite sem ti, mas as horas nunca correram tão devagar.
Por onde o sol se escondeu ? Acima das nuvens, por trás dos montes ?
Onde a lua mora ? No céu estrelado, nublado, nos teus versos ou nos meus ?
Por que o sol não se esconde nunca onde mora a lua ? Por que sempre ficam tão separados ?
Vivem suas vidas distantes, separados por um grande céu, mas unidos por uma imensa amizade.
Somos como o sol e a lua, nos vemos de longe, acenamos um para o outro e nos comovemos... contagiamos a todos com nossa alegria, mas não nos tocamos e nem nos aproximamos, pois como os dois astros amantes, nós aguardamos, nos resguardamos e temos nas estrelas os nossos sentimentos acalmados, para que quando nossos destinos se cruzarem, possamos ser como eles unidos num eclipse e nos amarmos muito neste momento.