Poesia pro meu amor...

Fazia frio, o orvalho ainda cobria o chão.

A grama baixa insistia em brilhar.

E um tapete de flores amarelas reinava.

Sobre e sob o ipê mudo, na grinalda do sol.

Ela brincava ainda me lembro, sentada ali.

Coroas de flores, a mão úmida de sonhos.

Como uma visão suprema, delicada, bem-te-vi.

Ruflando em festa a rapidez daqueles olhos.

Pueril e sensata, ela derramando sorrisos.

Abanou-me de leve a mão fina, emotiva.

Num gesto de carinho, digo até de ternura,

Desses contos fluminenses dos livros...

E por fim, eu a amo. Bebia cada gesto,

Sorvia lentamente cada olhar, cada movimento.

Figura breve e radiante sobre a minha lua,

Tão cauta, indigna, nua de sonhos,

De luzes nua.

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 05/10/2009
Reeditado em 09/05/2010
Código do texto: T1849744
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