Amor, deveras.

Que é o amor?

Há quantos anos nos temos?

Um psíquico espaço de tempo –

Dirão pouco –

E me todo fui diluindo,

Ao penetrar-me os olhos para além dos ossos,

Como se tudo de mim fosse escancarado,

Ao parecer o céu dos nossos olhos.

Que é a saudade?

Há quanto pouco tempo lhe tenho saudade?

Dias seriam vis se fossem eternos;

Todavia se rompem, como há de esfacelar-se o sol de todos os mares.

O pretérito é imenso e denso,

Como o espaço, quando era condensado.

E a astúcia do futuro é deveras esplêndida -

Frente ao meu monismo.

Assim, sou a cratera do presente

E como ente -

Veemente –

Faço do amor as palavras;

Da saudade, as risadas;

De nós, nós mesmos.