ENTRELACES
 
 
Seu olhar
gotas de luz
vertendo desejos.
Sua voz
ao coração induz
enlevos e segredos...
Rendição,
ardor de beijos...
 
Seu sorriso
um mar de malícias,
revolto...
Em ondas de sedução,
abraça a criança
que guardada em mim,
voa...
A liberdade alcança,
num infinito sem divisas
sonhos soltos!
 
Nos mistérios da vida
seu corpo, meu refúgio!
E, se não está presente,
sua imagem permanece,
sempre!
Preenche de ilusões coloridas
as avenidas vazias da mente.
Horas que sentem...
 
E o instante se apresenta
renovado,
coração se aquieta
pulsa em consonância.
O sentimento se aquece
em seus abraços,
na constância,
adormece...
Sossegado!
 
Em suas mãos
os caminhos trilhados.
No compasso do tempo
o ventre abençoado,
a seiva fértil
gerando vidas,
alcançando bênçãos!
Um ritual sagrado
que em brisa leve
foi cultivado.
Estações continuadas...
 
E os anos vividos
passeiam nos momentos
traçando lembranças
em aquarelas, cores presas
retocando em matizes
madrugadas acesas.
No silêncio dos gemidos,
deslizes...
 
Em nós,
um bater de asas,
sonhos envelhecidos
revigoram-se,
no abrasar dos sentidos.
Um nó em nós!
Nos enlaces de almas.
o entrelace dos corpos,
em águas calmas...
 
 
 
09/12/2007


Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 14/10/2009
Reeditado em 09/12/2010
Código do texto: T1865444